
O caminho de uma
vida feminina é cheio de oportunidades, belezas e flores. Muitas de nós
perdemos isso, passamos pela luz de olhos fechados, por que o nosso poder foi
por muito tempo silenciado. Chegou a hora de dar voz. Temos o privilégio de,
desde muito pequeninas, sermos cuidadas e aprendermos a cuidar. Aprendemos a
expressar nossos sentimentos, a compartilhá-los, a ouvirmos umas as outras.
Aprendemos a desejar o melhor para nós, a nos cuidar como a uma joia rara, a nos
enfeitar e nos perfumar com amor.
A Natureza,
nossa Grandiosa Mãe, nos confiou uma bênção imensurável, pela qual todas nós
devemos gratidão. É através de nós que a humanidade permanece, é do nosso corpo
que ela se nutre, no nosso colo que ela descansa. Isso é muito sagrado, é uma
dádiva que compartilhamos. Todas, mesmo aquelas que não podem ter filhos, ou
que não desejam tê-los. Isso por que todas somos Uma. Todas nós já parimos cada
ser humano deste planeta, o carregamos e o amamentamos, e a cada vida que
renasce, é em nós que ecoa seu choro.
Essa bênção que
carregamos manifesta todo o seu potencial e energia no mundo material através
do nosso aparelho reprodutor. Nossa vagina, nosso útero e nossos ovários são
altares sagrados, são portais de comunicação com o Todo, com a Unidade, com a Vida
e com a Morte.
Ao longo do
silêncio por que passamos, nós perdemos o contato com este altar divino, ele
foi entregue à medicina, ao tempo corrido, à impaciência. Agora vamos
retomá-lo.
A vagina é um
túnel suave, molhado, caminho de chegada de todos a este planeta. É o canal do
amor, da receptividade, da força que acolhe, do rio suave e ritmado. É o prazer
de receber. O útero é o mistério, a escuridão da noite, a lua que enche e se
esvazia, o véu escuro entre a vida e a morte, o lugar do crescimento e do
sangue, embaixo da terra úmida e negra, o recolhimento antes do amanhecer. Os
ovários são a árvore da vida, o fazedor de frutos, o fruto do desejo, da
paixão, a explosão, a expansão.
O caminho
feminino é também muito solitário. Isso não é ruim, pois é a manifestação das
infinitas possibilidades divinas. É solitário por que é intuitivo, subjetivo e
individual. E mesmo assim somos tão abençoadas que compartilhamos umas com as
outras os nossos caminhos. Andamos em estradas diferentes de mãos dadas,
abraçadas com o peito no peito e ventre no ventre umas das outras.
A partir de
agora você abre os olhos da sua alma para a sacralidade que é ser mulher, olha
para si mesma, para o seu corpo e para as suas irmãs com amor e reverência, e
se coloca à disposição para relembrar toda a força que brota naturalmente de
você. E então você agradece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por participar!