domingo, 6 de janeiro de 2013

Chegou a hora

                        Fotografia de stock: Nude Woman with Cloth Flying in Sun




O caminho de uma vida feminina é cheio de oportunidades, belezas e flores. Muitas de nós perdemos isso, passamos pela luz de olhos fechados, por que o nosso poder foi por muito tempo silenciado. Chegou a hora de dar voz. Temos o privilégio de, desde muito pequeninas, sermos cuidadas e aprendermos a cuidar. Aprendemos a expressar nossos sentimentos, a compartilhá-los, a ouvirmos umas as outras. Aprendemos a desejar o melhor para nós, a nos cuidar como a uma joia rara, a nos enfeitar e nos perfumar com amor.
A Natureza, nossa Grandiosa Mãe, nos confiou uma bênção imensurável, pela qual todas nós devemos gratidão. É através de nós que a humanidade permanece, é do nosso corpo que ela se nutre, no nosso colo que ela descansa. Isso é muito sagrado, é uma dádiva que compartilhamos. Todas, mesmo aquelas que não podem ter filhos, ou que não desejam tê-los. Isso por que todas somos Uma. Todas nós já parimos cada ser humano deste planeta, o carregamos e o amamentamos, e a cada vida que renasce, é em nós que ecoa seu choro.
Essa bênção que carregamos manifesta todo o seu potencial e energia no mundo material através do nosso aparelho reprodutor. Nossa vagina, nosso útero e nossos ovários são altares sagrados, são portais de comunicação com o Todo, com a Unidade, com a Vida e com a Morte.
Ao longo do silêncio por que passamos, nós perdemos o contato com este altar divino, ele foi entregue à medicina, ao tempo corrido, à impaciência. Agora vamos retomá-lo.
A vagina é um túnel suave, molhado, caminho de chegada de todos a este planeta. É o canal do amor, da receptividade, da força que acolhe, do rio suave e ritmado. É o prazer de receber. O útero é o mistério, a escuridão da noite, a lua que enche e se esvazia, o véu escuro entre a vida e a morte, o lugar do crescimento e do sangue, embaixo da terra úmida e negra, o recolhimento antes do amanhecer. Os ovários são a árvore da vida, o fazedor de frutos, o fruto do desejo, da paixão, a explosão, a expansão.
O caminho feminino é também muito solitário. Isso não é ruim, pois é a manifestação das infinitas possibilidades divinas. É solitário por que é intuitivo, subjetivo e individual. E mesmo assim somos tão abençoadas que compartilhamos umas com as outras os nossos caminhos. Andamos em estradas diferentes de mãos dadas, abraçadas com o peito no peito e ventre no ventre umas das outras.
A partir de agora você abre os olhos da sua alma para a sacralidade que é ser mulher, olha para si mesma, para o seu corpo e para as suas irmãs com amor e reverência, e se coloca à disposição para relembrar toda a força que brota naturalmente de você. E então você agradece.

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