
O mar invade com violência.Um mar repleto de amor
e com alguns monstrengos flutuando. Eu e meu bebê somos jogados longe pelo mar
que bateu no peito e somos arrastados sabe-se lá pra onde. Tento me segurar em
alguma coisa, mas não tem mais nada ali. Luto para não levada, e sempre com meu
bebê nos braços. Um braço se agita pra nadar, e o outro se contrai dolorido de
segurar o bebê. Eu olho para ele e ele me devora, me engole inteira e
eu me perco no seu corpinho. Ele olha pra mim e eu o devoro com a intenção de
devolvê-lo pra minha barriga. Os dias passam, estamos cansados debaixo de toda
aquela água. Então me ocorre parar de nadar um pouquinho e só me entregar.Meus
braços relaxam e eu seguro meu bebê de leve, deixando ele flutuar também. É gostoso
flutuar, a água nos leva pra cima e os monstrengos ficam menores. Vamos
relaxados e livres para nos afogar naquele mar de amor. Agora boiamos juntos e
às vezes mergulhamos um pouco. Muitas vezes me dá um medo, porque não sei onde
estamos, não sei o que fazer, se ficar ou nadar. Mas quando me entrego, tudo
fica mais gostoso.
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