segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Carta ao parente que virou desafeto por que não concorda com o jeito que crio meu filho.


Eu pensei em não escrever esta carta por que eu já sabia antes até de engravidar que muitos discordariam das minhas decisões com relação a minha família e aos meus filhos simplesmente por que decidi não ir pelo caminho mais comum ou pelo mais fácil mas resolvi parar, estudar e ir pelo melhor caminho. Geralmente ele é raro e difícil, mas decisão tomada: não vou pegar atalhos. 
Me enganei quando pensei que não me importaria com o que qualquer pessoa achasse disso. Com você eu me importo por que você faz parte importante da vida do meu pequeno e da vida da minha família. Mas isso não faz com que eu mude minhas decisões e que abra mão da minha responsabilidade. Esta responsabilidade cabe apenas aos pais e qualquer tentativa de deslocá-la ou distribuí-la pode trazer consequências ruins para o meu filho. Ele perderia as referências de núcleo famíliar, a segurança do pertencimento, a coerência na organização da vida e na formação do ser. Seria fácil para mim criar meu filho com uma coletânea de palpites  alheios, por que qualquer erro cometido não seria minha culpa. Eu seguiria com a consciência de um passarinho coletando palpites e distribuindo culpas. Não foi este o caminho que escolhi. 
Talvez seu desafeto se enfraqueça ou mesmo se desmanche (quem sabe) se você souber que tudo o que eu faço com o meu filho tem relação apenas com o bem estar e desenvolvimento dele, e não tem nada a ver com minhas relações com outras pessoas. Tudo o que fazemos tem base em alguma pesquisa científica, valores humanos ou intuição materna ou paterna. Sempre, invariavelmente, buscando o melhor que podemos fazer por ele apesar das nossas limitações. 
A partir do muro da minha casa, é tudo minha responsabilidade e eu peço que procure compreender com amor a minha decisão de não repassá-la a você ou quem quer que seja. E eu sinto muito, com todo o meu coração, que a chegada de uma criança tenha gerado desarmonia. Sei que meu filho jamais desejaria isso, pelo contrário. Seu papel, simplesmente por existir é de união, pois no seu corpo tão pequeno carrega a fusão de duas linhagens familiares inteiras através do amor. Espero que possamos honrar a presença deste amado ser e construir uma ponte de compreensão e sabedoria entre nossos corações. Que possamos sempre aprender uns com os outros. Escrevo sem nenhuma prepotência ou orgulho, apenas com amor.

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